sábado, 3 de agosto de 2013

Carpe diem

No tapete: "O Beijo", (1907-8), Kustav Klimt

   Não fossem inúteis os conselhos, poderíamos, inspirados em Horácio, dizer:


     Goza o dia
     entre os ramos do jardim,
      não demora cai a noite
     e as flores
     serão colhidas por mãos murchas

Horácio


     Poderíamos tentar outra construção:


     Goza o dia
     entre os galhos do jardim,
     pois a noite não demora.

     E o que será das flores
     colhidas pelas mãos murchas?



     Ou quem sabe:


     Goza o dia
     entre as folhas do jardim,
     pois a noite se avizinha.

     E o que será das mãos 
     murchas, 
carregadas de flores?

Safo

     Ou ainda:


     Goza o dia
     pelos frutos do jardim
              
     - a noite já sibila!

     e flores serão
     os brotos das mãos murchas.


   E ainda assim não seria uma solução, 
pois continuamos a ignorar 

as palavras dos poetas.


A procissão das bacantes