terça-feira, 12 de novembro de 2013

Enquanto o trem não passa

Produção: Mídia Ninja
Edição por www.fb.com/12PmPhotographic


                        

Ultimamente temos postado matérias sobre ameaças e ações efetivas contra a vida de povos tradicionais: índios, quilombolas, ribeirinhos. Muitos blogues e sítios do país têm denunciado com as tintas mais fortes o abuso, a insensibilidade e a cretinice de nosso sistema econômico com (des)respeito aos direitos desses povos e de nossas selvas e matas. 

O (des)envolvimento promovido tem sido na verdade o verniz ideológico de uma classe de gente miserável no espírito, na ética e na imaginação. Isso esmagou a dignidade humana de tal forma, que mesmo o mais duro e cru dos protestos parece não comover as "autoridades" que trabalham e militam a favor de um Estado patológico, cuja lógica é tirar o maior proveito do trabalho coletivo com o mínimo de retorno social. É um modo perverso de apropriação da riqueza do país, sem a mínima consideração àqueles em cujos ombros essa exploração mesquinha e gananciosa se apóia. 

Quem defende as ideias de livre iniciativa e propriedade privada não deve esquecer jamais que todo o trabalho é coletivo, todo o fruto desse trabalho é social, independentemente do quanto fica no bolso de quem o produz ou explora.

Portanto, é imperioso compreender e aceitar a ideia de que todas as decisões a respeito do trabalho devem ser coletivas, sociais e solidárias, ninguém tem o direito de se apropriar privativamente da riqueza do país. 

A iniciativa pode ser privada, mas a sua execução é SEMPRE social. Ordem jurídica, estradas, portos, comunicações, vias públicas, prédios - edificações de toda natureza, cultura, etc. Isso é criado de modo coletivo com o tesouro da união, é o fruto do trabalho (SEMPRE coletivo), que possibilita a criação das estruturas físicas, jurídicas e mentais para a implementação e desenvolvimento da iniciativa privada. 

A cultura, o coletivo, o trabalho social vêm antes do indivíduo. A linguagem e a compreensão de seus códigos é obra de todos. A iniciativa privada sem isso é apenas delírio.

A conclusão só pode ser uma: fazer uso privado dessa riqueza social é exploração indevida. E criminosa, quando o seu resultado, além de enriquecer meia-dúzia de aventureiros sem compromisso com as coletividades, traz resultados trágicos como o que vamos assistir a seguir.

O filme disponibilizado abaixo é de uma crueza insofismável, tem imagens impróprias para menores de idade, de estômago e de senso de realidade. 

E, por favor, que não se diga nada de "ideológico", que não se defenda a ordem instituída em nome da balança comercial, que não se tente enganar ninguém com promessas idiotas do tipo "riqueza do país", "desenvolvimento nacional" e outras baboseiras do tipo. 

Um minuto de silêncio... para a reflexão é suficiente.

Que se sinta com todas as fibras a dor pungente expressada no filme, que o coração inche de amor ao próximo e que o espírito se inflame da indignação mais pura. Que essa corda fique tersa o tempo que for preciso, até que se rompa essa lógica socialmente obtusa e homicida para o benefício de um punhado de aventureiros de mentes... 

Bem, cada um escolha o adjetivo que julgar mais adequado a essas organizações racionais que nos (des)governam.





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